top of page

Potenciação pós ativação / tetânica

Milhares são as alternativas e protocolos de treinamento propostos nos últimos anos para o desenvolvimento da potenciação pós ativação (PPA) com o intuito de melhorar ações técnicas desportivas e até o aumento de força. Na musculação temos alguns protocolos de treino para conseguir essa potenciação, que podem ser mesclados por isometrias ou técnicas específicas.


POTENCIAÇÃO PÓS ATIVAÇÃO / TETÂNICA


Em muitas modalidades do esporte, ou até ousando dizer em todas se usam atividades condicionantes prévias que podem afetar o rendimento neuromuscular posteriormente (Chiu et. al., 2003; Kilduff et. al., 2007; Bevan et. al., 2010; Chatzopoulos et. al., 2007; Morana & Perrey, 2009; Rixon et. al., 2007; Requena et. al., 2010). Dessa atividade condicionante prévia, o efeito mais estudado é a fadiga (Morana & Perrey, 2009; Rassier & Herzog, 2001; Rassier & MacIntosh, 2002).


Apesar dessas colocações acima, essa mesma atividade condicionante prévia pode incrementar a capacidade de rendimento, efeito conhecido como Potenciação Pós Ativação (PPA) (Rassier & Macintosh, 2002). Definido por Baudry & Duchateau (2007), como aumento do torque da contração muscular, ocasionado pela contração condicionante.


Atualmente são citados alguns tipos de potenciação dependendo da característica da atividade, que pode ser induzidas por impulsos elétricos de alta ou baixa frequência, definido respectivamente por (Abbate et. al., 2000) e (Boschetti, 2002) e ou por contrações voluntárias máximas (CVM) (MacIntosh & Willis, 2000; Baudry & Duchateau, 2007; Batista et. al., 2007; Boschetti, 2002).


FISIOLOGIA


Definido por (Batista et. al. 2010; Baudry & Duchateau, 2007; Baudry et. al., 2005; O´Leary et. al., 1997; Morana & Perrey, 2009) a potenciação é causada pela fosforilação da miosina regulatória de cadeia leve (FMCL), que altera as pontes cruzadas e coloca as cabeças globulares em posição satisfatória e mais próxima aos filamentos de actina, aumentando a interação das proteínas contráteis seguidas de maior tensão (Batista et. al., 2010).


Defendido por Hamada et. al. (2000) essa ação condicionante prévia pode causar maior liberação de cálcio pelo retículo sarcoplasmático, aumentando sua concentração no sarcoplasma e em consequência acarreta uma maior taxa de pontes cruzadas, devido ao aumento da sensibilidade das proteínas contráteis ao cálcio e por fim aumenta a contração muscular (Metzer et. al., 1989).


POTENCIAÇÃO, REFLEXO (H) E ATIVIDADES CONDICIONANTES


Utilizado na avaliação da excitabilidade da via reflexa, quando um choque é aplicado em um nervo periférico misto (Palmieri et. al., 2004; Folland et. al., 2008). Esse tipo de estimulação dos receptores cutâneos pode alterar as unidades motoras (UMs) que são ativadas voluntariamente (Trimble & Enoka, 1991).


Segundo (Batista et. al. 2010) aplicar uma corrente elétrica de alta frequência de 5 a 10 seg., induz a potenciação por estimulação involuntária, que pode ser aplicada no nervo motor ou diretamente no músculo (Grange et. al. 1998, MacIntosh & Willis, 2000).


Abbate et. al. (2000) sugere que para se produzir uma contração tetânica essa corrente elétrica deve ser de alta voltagem, assim essa estimulação de um neurónio pré – sináptico leva ao aumento da quantidade de neurotransmissor na fenda sináptica, esse aumento permanece por alguns minutos, o que facilita a despolarização das células pós – sinápticas nas ativações subsequentes (Batista et. al. 2010).


Outra forma de induzir a potenciação é através de contrações voluntárias (MacIntosh & Willis, 2000, Batista et. al., 2007, Baudry & Duchateau, 2007). Alguns estudos conseguiram induzir a potenciação com contrações isométricas (Hamada et. al. 2000; French et. al., 2003) e outros obtiveram sucesso com contrações dinâmicas (Chiu & Salem , 2003; Batista et. al., 2007).


Muitos fatores influenciam na potenciação, dentre eles o estado de treinamento, tipos de exercícios e a atividade principal. É preciso ficar atento ao planejamento do macro, meso e microciclos e tomar o cuidado com o momento da realização dos exercícios de força no aquecimento, para que o efeito da potenciação não acabe sendo perdido e ou substituídos pelos efeitos da fadiga crônica.


REFERÊNCIAS


Batista, M. A. B., Coutinho, J. P. A., Barroso, R., and Tricoli, V. (2003). Potencialização: a influência da contração muscular prévia no desempenho da força rápida. Rev. Brasileira de Ciência e Motricidade. 11 (2) 07 – 12.


Batista, M. A. B., Ugrinowitsch, C., Roschel, H., Lotufo, R., Ricard, M. D. and Tricoli V. A. A. (2007). Intermittent Exercise as a Conditioning Activity to Induce Postactivation Potentiation. Journal of Strength and Conditioning Research. 21(3), 837–840.


Batista, M. A. B., Roschel, H., Barroso, R., Ugrinowitsch, C., Tricoli. V. (2010). Potencialização Pós – Ativação: Possíveis Mecanismos Fisiológicos e sua Aplicação no Aquecimento de Atletas de Modalidade de Potência. Rev. da Educação Física. 21 (1) 161 – 174.


Baudry, S., Klass, M. & Duchateau, J. (2005). Postactivation potentiation influences differently the nonlinear summation of contractions in young and elderly adults. Journal of Applied Physiology. 98 1243-1250.


Baudry, S. & Duchateau, J. (2007). Postactivation potentiation in a human muscle: effect on the rate of torque development tetanic and voluntary isometric contractions. Journal of Applied Physiology. 102 1394 – 1401.


Baudry, S. & Duchateau, J. (2007). Postactivation potentiation in a human muscle: effect on the rate of torque development tetanic and voluntary isometric contractions. Journal of Applied Physiology. 102 1394 – 1401.


Chiu, L. Z. F., Fry, A. C., Weiss, L. W., Schilling, B. K., Brown, L. E., Smith, S. L. (2003). Postactivation Potentiation Response in Athletic and Recreationally Trained Individuals. Journal of Strength and Conditioning Research. 17 (4) 671-677.


Morana, C. & Perrey, S. (2009). Time Course of Postactivation Potentiation During Intermittent Submaximal Fatiguing Contractions in Endurance and Power Trained Athletes. Journal of Strength and Conditioning Research.


Rassier, D. E. & Herzog, W. (2001). The Effects of Training on Fatigue and Twitch Potentiation in Human Skeletal Muscle. Europe Journal of Sport Science. 1 (3) 1-8.

MacIntosh, B. R., Grange, R. W., Cory, C. R., Houston, M. E. (1993). Myosin Light Chain Phosphorylation During Staircase in Fatigued Skeletal Muscle. Europe Journal of Physiology 425 9-15.


MacIntosh, B. R. & Willis J. C. (2000). Force-Frequency Relationship and Potentiation in mammalian skeletal muscle. Journal of Appl. Physiol. 88 2088-2096.



Textos recentes
Arquivo
Search By Tags
Nenhum tag.
Follow Us
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square
bottom of page